segunda-feira, 27 de junho de 2011

“David contra Golias”


Quando entro num supermercado ou, numa qualquer outra grande área comercial, deparo-me com a existência de muitos produtos importados de todo os cantos do Mundo. Não são muitos, os de origem portuguesa, os que por ali se podem encontrar . Poder-se-á dizer, e como razão…vivemos numa economia global. Quem vende procura o mais barato e coloca os produtos à disposição de forma a cativar, através do preço, os compradores. Quem sai beneficiado é o consumidor final mas...

Vivemos momentos difíceis e com tendência para piorar. Já há alguns anos que as cadeias de supermercados criaram os seus “produtos brancos”. São cada vez mais. Pelo que consta quem os produz são empresas portuguesas de qualidade que assim garantem, para além da venda destes, a colocação nas grandes superfícies dos seus produtos de marca em condições mais favoráveis. Garantem também a manutenção dos postos de trabalho, rentabilizando o potencial de produção que possuem. Mas se tal acontece com as grandes empresas capazes de fazerem estes negócios, as mais pequenas são autenticamente destruídas mandando os seus trabalhadores para o desemprego. Estranho Mundo este em que vivemos! No entanto há ainda quem lute para combater estes hábitos que os portugueses foram adquirindo da ida às grandes superfícies.

Ao falar das cadeias de supermercados em Portugal tenho consciência que estas são os autênticos “papões” da pequena mercearia, do pequeno comércio que pouco se readaptou aos tempos que correm. Mas há ainda quem sobreviva. São normalmente estruturas familiares e, desde que consigam pagar a renda das lojas são, também eles, consumidores finais. Vão às grandes superfícies e compram os produtos que mais vendem. Mesmo assim têm um problema grave, não podem adquirir os tais produtos brancos dada a exclusividade da sua venda nos supermercados. Assim muitos vão a Espanha e “entram” no mercado paralelo adquirindo produtos a preços mais baixos para poder fazer “concorrência” e garantir a manutenção dos seus clientes. Outras pequenas lojas de serviços de primeira necessidade especializaram-se. São pomares e vendem o que produzem, são frutarias e fazem o mesmo. Estas até conseguem mesmo ter sucesso. Muitas vezes são produtos biológicos e atraem naturalmente mais os consumidores. Não são muitas mas, outras pequenas lojas de serviços, trazem de vários pontos do país produtos de qualidade. Não serão lojas gourmet mas, muitas vezes, conseguem garantir clientes fieis que vão comprar os seus queijos, enchidos ou salgados, estes últimos feitos por particulares, e que conseguem vender por preços competitivos. Ainda com engenho pequenas lojas situadas em grande áreas habitacionais montaram serviços de venda de refeições para “fora”. Nos tempos que correm e, não exagerando nos preços, são também pequenas “empresas” que conseguem rentabilizar a sua actividade e até, criar alguns postos de trabalho. É uma autêntica luta diária pela sobrevivência, uma espécie de “David contra Golias” que estes pequenos comércios têm de fazer às grandes superfícies. Claro que para isso é necessário trabalhar muitas horas por dia e, mesmo assim, a vida não é nada fácil para eles. Mas honra lhes seja feita…produzissem assim todos os portugueses, vendêssemos mais produtos nacionais, gastasse menos o Governo e Portugal, sim Portugal, poderia mesmo “sair” desta crise num muito mais curto espaço de tempo do que se prevê.
in Grande Porto

via
http://dorminsky.blogspot.com/

Sem comentários:

Enviar um comentário