terça-feira, 16 de novembro de 2010

Robin S. Sharma

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Maximus e o fio mágico


Maximus era um miúdo muito alegre.



Toda a gente gostava dele: a família, os professores e os amigos.

Mas ele tinha um ponto fraco. Não conseguia viver no presente. Não aprendera a apreciar o processo da vida. Quando estava na escola, sonhava em ir lá para fora brincar. Quando estava a brincar, sonhava com as férias de verão.

Maximus passava a vida a sonhar acordado, sem tempo para saborear os momentos especiais que preenchiam sua vida.

Um dia de manha estava a passear na floresta perto de sua casa. Como se sentia cansado, decidiu descansar numa clareira e acabou por adormecer. Passados uns minutos apenas, ouviu alguém chama-lo.

Maximus! Gritava a voz estridente lá do alto. Quando abriu os olhos, apanhou um susto ao ver uma mulher de pé a sua frente.

Ela devia ter mais de cem anos e os seus cabelos brancos como a neve ultrapassavam, em comprimento, os ombros, com um cobertor de lá.

Na mão enrugada, a mulher tinha uma bolinha mágica com um furo no meio, por onde passava um comprido fio dourado. Disse ela: “Maximus, este é o fio da tua vida.

Se puxares o fio um bocadinho, uma hora passara em segundos. Se puxares com força, vários dias passarão em minuto. E se puxares com força, meses, e ate anos passarão numa questão de dias.” O Maximus ficou excitado com esta descoberta.


Posso ficar com ele? Perguntou.


A velhinha baixou-se e deu ao menino a bola com o fio mágico.

No dia seguinte, o Maximus começou a ficar inquieto e aborrecido, durante as aulas.

De repente, lembrou-se do seu brinquedo novo. Assim que puxou o fio um bocadinho, encontrou-se em casa, a brincar no jardim.

Apercebendo-se do poder do fio mágico, o Maximus rapidamente se cansou de ser um menino escola e desejou ser adolescente, com todas as aventuras que essa fase da vida lhe traria. Portanto, pegou na bola e puxou o fio dourado com força.

De repente, ele era um adolescente, com uma namorada muito bonita chamada Angélica. Mas nem assim o Maximus estava satisfeito. Nunca aprendera a saborear o presente e explorar as simples maravilhas de cada fase da via. Em vez disso, sonhava em ser adulto.

Portanto, tornara puxar o fio e passaram-se muitos anos num instante. Agora, ele transformara-se num adulto de meia-idade. Angélica era sua mulher e o Maximus estava rodeado de um bando de filhos.

Maximus reparou noutra coisa. O seu cabelo, outrora preto, e a ficar grisalho.

E sua jovem mãe, que ele tanto adorava. Tornara-se velhinha e frágil.

Mas nem assim o Maximus conseguia viver no presente.

Nunca aprendera a faze-lo.

Portanto, tornou a puxar o fio mágico e esperou que as mudanças ocorressem.

O Maximus viu-se na pele de um homem de noventa anos.

Os seus cabelos pretos e grossos estavam brancos como a neve e sua jovem mulher Angélica também envelhecera e morrera uns anos antes.

Os seus queridos filhos tinham crescido e saído de casa, para viverem as suas próprias vidas. Pela primeira vez em toda a sua vida.

O Maximus percebeu que não parara par a aproveitar as maravilhas de viver.

Nunca fora a pesca com os filhos, nem dera um passeio ao luar com Angélica.

Nunca plantara um jardim. Pelo contrário, passara pela vida a correr, sem nunca descansar para ver tudo o que de bom á sua volta.

O Maximus ficou triste com esta descoberta.

Decidiu ir dar um passeio pela floresta, como costumava fazer em criança, para esclarecer as ideias e consolar o espírito Ao entrar na floresta, reparou que os pequenos rebentos da sua infância se tinham transformado em imponentes carvalhos.

A própria floresta amadurecera e tornara-se num paraíso natural.

Deitou-se numa clareira e caiu num sono pesado. Passado uns minutos, ouviu alguém chama-lo.

Maximus! Gritava a voz. Ele olhou para cima, espantado, e viu que era precisamente a velhinha que lhe dera a bola com o mágico fio dourado, há tantos e tantos anos. “Gostas-te da minha prenda especial?” perguntou ela.

O Maximus respondeu sem hesitação. “No início achei-a divertida, mas agora detesto-a.

A minha vida inteira passou-me diante dos olhos sem eu ter oportunidade de a aproveitar.

Sim, teria vivido momentos tristes a par com os momentos alegres, mas não tive oportunidade de viver nenhum deles. Sinto-me vazio por dentro.” Disse a velhinha: “És muito ingrato mas, apesar disso, vou conceder-te um último desejo”. O Maximus pensou por uns instantes e, depois, apressou-se a responder: “Quero voltar a ser um menino de escola e tornar a viver a minha vida”. E adormeceu novamente.Acordou outra vez com uma voz a chama-lo e abriu os olhos. “Quem será desta vez?” , Interrogou-se. E de repente, viu a mãe junto da sua cama. Era jovem, saudável e radioso. O Maximus percebeu que a estranha mulher da floresta lhe concedera, de facto, o seu desejo e que ele regressara a sua vida anterior. “Despacha-te, Maximus. Dormes demasiado. Os teus sonhos vão fazer-te chegar tarde a escola se não te levantas imediatamente”, respondeu a mãe.

Escusado será dizer que o Maximus se levantou de um salto, nessa manha, e começou a viver a vida como esperara.

O Maximus teve uma vida preenchida, cheia de deleites, alegrias e triunfos, mas essa vida só começou depois de ele parar de sacrificar o presente em nome do futuro e decidir viver o momento presente.



***** CONCLUSÃO *****



Aqui, no mundo real, nunca teremos uma segunda oportunidade para viver a vida na sua plenitude. Hoje e a tua oportunidade de despertar para o dom de viver… Antes que seja demasiado tarde. O tempo esvai-se realmente por entre os nossos dedos, como ínfimos grãos de areia. Permite que este novo dia seja o momento decisivo da tua vida, o dia em que decides, de uma vez por todas, concentrar-te no que e verdadeiramente importante para ti.

Decide passar mais tempo com as pessoas que enchem a tua vida de significado.

Venera os momentos especiais, delicia-te com o seu poder.

Faz as coisas que sempre quiseste fazer.

Acende a chama da infância.


Abre a tal empresa que tanto desejas.

Cria o teu próprio negócio.

Transforma os teus sonhos em realidade.

Para de adiar a tua felicidade em nome da conquista.

Pelo contrário porque não desfrutas do processo?

Reaviva o teu espírito e começa a tratar da tua alma.

Vive este dia como se fosse o último dia da tua vida.




Livro:

O Monge Que Vendeu O Seu Ferrari.

De Robin S. Sharma

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