“Nada é tão poderoso no mundo como uma ideia cuja oportunidade chegou” (Vítor Hugo)
segunda-feira, 16 de maio de 2011
Obrigada a todos pelo carinho. O artigo do Mário Crespo deste Expresso não fala de AF, o alerta que tive deve referir-se a este cujo o link deixei e que é de 2010. Não conhecia este artigo. Estranho como MC me convida para jantar precisamen...te no ano passado, em sua casa, com um amigo comum, a mulher e o filho, depois ou mesmo antes de ter escrito isto - não sei o que é pior. AF era um homem inerentemente compromotido, como jornalista foi quem divulgou o pensamento de AOS e o responsável de ter feito com que o País inteiro - naquela data e naquele contexto - se apaixonasse pela sua figura, sobretudo as mulheres. Nada a escamotear: foi quem foi, serviu como serviu, equivocado ou não, mas bateu-se como um leão pelas defesa dos valores portugueses que a Esquerda tratou de desmantelar. Nunca Portugal teve tanto prestígio no estrangeiro como no tempo de AF, nunca a Arte foi tão promovida à esquerda e à direita, e Portugal não conheceu outro vedor de talentos tão exuberante como ele: descobriu a Vieira da Silva, com 12 anos, a Amália menina, quando vendia laranjas na Pena, e o próprio FPessoa, para lém dos Poemas Ingleses, não teria visto um único livro seu publicado em vida se não fosse AF, que salvou a Mensagem de uma rejeição burocrática num concurso de originais do SNI. Era um homem intrinsecamente bom e todos os que o conheceram são testemunhos dessa bondade. Na minha opinião, foi o álibi de Salazar na Cultura e graças a AF pôde, perante o Mundo, mostrar-se de vanguarda - era um analfabeto em matéria de Arte. Durante a guerra, AF tratou de dezenas de passaportes para acolher judeus foragidos - ele e a Mulher - acolhendo alguns em casa. Salazar não se portou bem com ele, mas AF foi-lhe fiel até ao fim e nunca hipotecou a sua honra. Bom, estou cansada. Cansada de ter de escrever cartas para os jornais a defendê-lo das coisas mais absurdas - a última foi ao Sol e à Time Out que afirmarem que era homossexual. Não tenho preconceitos, note-se, mas a verdade é a verdade: AF tinha uma adoração pelas mulheres que não me apetece que se esqueça. Enfim, escreveria sem parar sobre a sua pessoa, um ano inteiro, sem me cansar. Ortega dizia «somos nós e a nosso circunstância» e a partir daqui está tudo dito. O Estado Novo e difícil de julgar à luz dos tempos de hoje, sob o risco de se distorcer a própria História. Desculpem o lençol, escrevi num ímpeto. AF será tudo o que quiserem, menos o que não foi. E não foi cruel nem ladrão nem vil nem calão nem cobarde nem hipócrita. A Esquerda culta que venha aqui dizer o contrário. Outro beijo
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